Lá atrás, nos anos 90, quando eu só sonhava em ser um jogador de futebol igual ao Romário tudo era mais simples. Como cantou em verso e prosa Zeca Pagodinho: "No tempo que Don Don jogava no Andaraí, nossa vida era mais simples de viver...e a música segue: Não tinha tanto miserê e nem tinha tanto ti ti ti". É justamente isso que eu preciso falar.
Num tempo em que nem conseguíamos nos conectar ao colega ao lado rapidamente e muito menos saber tudo sobre a vida dele apenas digitando seu nome, tudo era diferente. Claro, nem tudo. As pessoas já brigavam por super-cargos em empresas, agências e demais ramos Já lutavam para que o seu tal "Status" fosse sempre melhor do que o do vizinho e assim os tempos foram passando.
Mas hoje em dia a coisa está muito feia. Posso dizer que muito mais exacerbadamente devido ao acesso que temos as diversas mídias digitais e sociais, ao rápido fluxo de informações que recebemos e tudo que a sociedade busca como bens materiais, cargos profissionais, uma mulher mais bonita do que a do vizinho e o oposto também, um celular com mais recursos do que o do amigo de trabalho, etc. Cairíamos numa discussão mais antropológica, mas deixemos ela de lado.
Atualmente as pessoas tem o prazer de evidenciar defeitos dos outros, mesmo que sejam amigos próximos, colegas de trabalho, vizinhos ou um estranho passando ao seu lado na rua. Nos achamos sempre melhores, rimos de tudo nas pessoas e nunca paramos para ajudar um amigo a melhorar, ou simplesmente dar uma palavra de incentivo. Isso muito me incomoda.
As redes sociais são o melhor exemplo do quão mesquinhos somos. Sim, me incluo nessa, não me acho superior a nada disso e espero melhorar cada dia mais e mais em relação a tudo isso. Dia desses eu li de um autor que me falha a memória, na revista 'Piauí' uma separação interessante das redes sociais e o que fazemos nelas:
Orkut: Atualmente no máximo colocamos alguma piada ou fazemos piada com algo que já usamos muito e nos orgulhávamos de usar.
Twitter: Demonstramos nossa irá com tudo e com todos, usamos também para de alguma maneira informar a sociedade sobre o que estamos fazendo de melhor do que o outro em 140 caracteres.
Facebook: Nele tentamos ser o que realmente gostaríamos de ser e não somos. O cara mais descolado, a mulher mais linda de todas, o mais rico, a frequentadora dos melhores lugares, o chefe mais legal do mundo e também fazemos questão de mostrar nosso engajamento em causas "nobres" usando o "poder" do clique no mouse. (Ironia sim!).
Essas 3 redes de relacionamento, para não estendermos muito, refletem de forma exata o que é nossa sociedade atual. Sinceramente, eu espero que isso no mude na vida real, onde realmente vale à pena e espero que mude rápido. Precisamos ser menos arrogantes, usar a habilidade a mais de uma outra pessoa para agregar a nossa e ajudar sempre quem está ao nosso lado, seja qual lado for. #Prontofalei
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