Menu

10/03/2008

Na ausência de pessoas nessas condições, o uso é livre! [será?]

Por Brunno Acioli
Existe uma coisa muito familiar para estupradores chamada pressão social. A pressão social é, como a própria palavra diz, a pressão exercida sobre um devido fato - nos casos de estupros, temos os linxamentos - por parte da sociedade. Tudo bem, usar esse tipo de crime como exemplo é bem pesado, mas retrata bem o que a sociedade é capaz de fazer ao deparar-se com situações descomunais.
Se trouxermos o assunto a níveis mais rotineiros e simplificados, teremos uma abordagem fácil de entender. Imaginemos a seguinte situação: segunda-feria, 15h00, estação carrão. A zona leste é a maior em termos de concentração de usuários do metrô, porém o horário em questão é de baixo fluxo de pessoas. Vemos diversos bancos livres, nosso indivíduo decide por sentar-se em um dos bancos destinados à pessoas com necessidades especiais. "Na ausência de usuários nessas condições, o uso dos assentos será livre." Contudo, não aparece nenhum indivíduo de necessidades especiais e os outros usuários fulminam o nosso X da questão com olhares culposos e anti-criminosos.
O que nos remete há duvida: por que pessoas jogam papéis, sapatos e roupas usadas em rios, córregos, ruas e vielas, demonstrando desinteresse pela situação de nossa cidade e nosso ambiente, mas preocupam-se com um indivíduo sentado em um lugar reservado?
Talvez seja necessário uma pressão social - com um certo extremismo - para que a conscientização mundial seja semelhante àquela dos usuários da metro[pole] paulistana.
Deixemos a hipocrisia de lado e consideremos que, se devem ser feitas ações humanitárias, que sejam para todos os aspectos. De que adianta criticar aquela pessoa que sentou no banco cinza se antes disso, enquanto esperávamos na linha, jogamos a latinha de refrigerante na via do trem?

2 comentários:

Unknown disse...

Vou aproveitar a oportunidade e lembrar que no trem a situação não é muito diferente. Chega ser engraçado como as pessoas tomam atitudes diferentes no trem e no metrô. Quem utiliza trem sabe muito bem do que estou falando. De manhã, por volta das 7h, o segundo vagão do trem da linha Francisco Morato - Luz é conhecido como o vagão dos "Evangélicos" que vão de Morato até a Luz cantando hinos de igreja e pregando a palavra de Deus. Palavra de Deus? Mas eu não estou na Igreja para ouvir a palavra de Deus! Estou no trem, com sono, cansada, indo para o trabalho! Caramba... Onde está o meu direito? Como diz o Bruno, eles estão estuprando o meu direito de ficar em silêncio e de ter o silêncio. Eu paguei o mesmo que eles para viajar e pelo que me parece tenho que trocar de vagão para não ter que escutar durante 40 minutos um bando de fanáticos gritarem no trem! Isso é uma vergonha!

Bri disse...

Agora faço meu comentário como usuária do ônibus, que não é tão diferente quando se trata de falta de respeito com os demais usuários. Todos os dias de manhã pego uma lotação que literalmente vai lotada da Lapa ao Campo Limpo e respeito é algo que não exite neste trajeto. A começar pelo número de gente que empurram dentro do veículo, vocês ficariam impressionados, é como um mini trem; depois a nova moda que vem ganhando espaço nos meios de transporte o famoso celular com mp3 que proporcionou o acesso para ouvir música no celular, de preferência com fono, e o povo coloca no último volume e vai ouvindo a viagem inteira, quer maior falta de respeito do que isso, ou seja eu sou obrigada a ouvir um gênero musical que não gosto durante toda o trajeto e se não fosse suficiente tenho que ouvir a pessoa acompanhando a música como num karaokê; por último as conversas sobre jesus e os encontros na igreja e quantas pessoas conseguiram ser convertidas e aceitaram jesus no seu coração. Fica registrada minha insatisfação com o transporte público.